NOS Alive 2025: Disco Alive "às moscas"


NOS Alive 2025: Disco Alive "às moscas"

O segundo dia do Alive 2025 ficará na história com um dos piores (senão o pior) dias da história deste festival. O pouco público presente no recente pareceu não concordar com as opções de programação para este dia na sua aposta de "Sudoestizar" o festival…

A desconfiança e desilusão sentidas aquando do anúncio de Anyma como cabeça-de-cartaz para este dia, em detrimento de outros artistas em tour nesta altura (Green Day ou Alanis Morissette por exemplo), confirmou-se com uma das piores casas do festival até à data. O público dividiu-se entre a enchente de ontem e a provável boa casa do último dia, deixando as festas com dj's para as discotecas de Verão ou um provável regresso do Sudoeste nos próximos anos.

Gostos pessoais à parte, a opção de programação para este dia era uma aposta muito arriscada dentro da filosofia do festival, com um espetáculo que resulta muito bem numa sala sui generis como a Sphere de Las Vegas, com a ligação entre os visuais e a música tentando criar uma história fantástico-filosófica ao jeito da Manga japonesa, mas pouco sentido fez num festival de Verão mais dado às energias pop rock do que às raves de um Tomorrowland. Foi um tiro muito ao lado que ainda juntou uns Justice muito mais refinados do que o dj italiano, mas também em modo dj set mais indicado para um palco eletrónico de final de noite.

Felizmente ainda houve St. Vincent! A americana Annie Clark foi a salvação deste dia com seu rock eclético, que tanto faz versões de Metallica e colaborações com David Byrne, como nos delicia com art pop mais doce e melancólico. Em hora e vinte de concerto, já depois da uma da manhã, St. Vincent encheu o palco Heineken para um dos que será com certeza um dos concertos do festival. Passando pela maior parte da sua discografia, o espetáculo focou-se em apresentar os seu último "All Born Screaming" de 2024.

St. Vincent @ NOS Alive 2025

St. Vincent @ NOS Alive 2025

Referência neste dia merecem ainda os Mother Mother, banda canadense com mais de vinte anos, com seis álbuns, mas que só nos anos mais recentes chega à ribalta dos festivais. O concerto teve como momentos altos, a cover de Chappel Roan "HOT TO GO!" ou a inclusão de "Where Is My Mind" dos Pixies no meio de "The Matrix".

Por último Finneas, mais conhecido como irmão e compositor de canções de Billie Eilish, o norte-americano trouxe o seu folk "fofinho" e orelhudo para "entreter" a plateia que não o poupou nos "gritinhos" histéricos. Ainda assim fica a sensação que guarda as suas melhores composições para a irmã.

Texto: Miguel Lopes
Noite e Música Magazine no NOS Alive com o apoio dos hotéis GAT ROOMS