Seu Jorge no Parque da Cidade do Porto [fotos + texto]


Seu Jorge no Parque da Cidade do Porto [fotos + texto]

Trompete, saxofone, trombone, baixo, bateria e uma fila interminável numa noite atípica fria de agosto. Era este o cenário no recinto junto à praia de Matosinhos que aguardava a chegada do cantor carioca, Jorge Mário da Silva, mais conhecido por Seu Jorge.

Puxou do "Bom Senso", uma homenagem a Tim Maia, para iniciar o seu concerto e não esperou muito para entusiasmar o público com "Amiga da Minha Mulher". Num movimento rápido virou-se de costas para o público, para voltar a enfrentá-lo de copo na mão, brindando aos presentes.

Na música que se seguiu, "Pessoal Particular", músicos e cantores juntaram-se numa coreografia compassada e bem embalada. Não dando tréguas às surpresas, deu um toque mais pessoal à canção "Dois Beijinhos", do álbum Músicas para Churrasco – Vol.1, ao fazer ecoar uma doce melodia na flauta transversal, e criou um momento emotivo ao recitar os versos de “Negro Drama”.

Na sua voz rouca e adocicada, Seu Jorge apresentou temas que fazem parte do mais recente álbum, denominado Músicas para Churrasco – Vol.2, editado há três semanas e com data de lançamento marcado para outubro, em Portugal.

Tal como um maestro, Seu Jorge entrou em cena, dando indicações à banda de como agir. Música alta, sons baixos, batidas intermitentes e o saxofone a ecoar no espaço que os acolhia.

"Boa noite Porto. Que casa linda que têm aqui. Que gente maravilhosa!", saudou novamente o cantor, cujo o estilo musical é predominante e orgulhosamente o samba.

"Meu Mundo é Hoje (Eu Sou Assim)" foi das letras que mais agradou aos presentes, seguindo-se o reggae "Chatterton". Apesar de o calor do povo portuense ter conquistado o cantor, o frio nem tanto: Seu Jorge não tirou o casaco nem a gravata, adereços que fizeram parte de si do princípio ao fim do concerto.

Para o fim ficaram os seus maiores êxitos, tais como "Mina do Condomínio", "Carolina" e "Burguesinha", nos quais o público o acompanhou a uma só voz. Ao jeito de artista abandonou o palco, para voltar a solo com "Life on Mars?", "É isso aí" e "Pretinha".

O espetáculo de sabor brasileiro terminou da forma como começou, com mais uma coreografia de músicos e cantor.

Fotos: António Teixeira
Texto: Magda Santos