Paulo Gonzo no Multiusos de Guimarães [fotos + texto]


Paulo Gonzo no Multiusos de Guimarães [fotos + texto]

A comemorar o 13º aniversário, o Multiusos da cidade de berço apresentou um espetáculo único: Paulo Gonzo em "Duetos".

Paulo Gonzo iniciou a sua carreira musical em 1975 numa blues band. Contudo, foi quando se lançou a solo, em 1986, que começou a conquistar o público, as opiniões e a contabilizar êxitos.

Com 30 anos de carreira e 14 álbuns editados:  My Desire (1986); Pedras Da Calçada (1992); My Best (1993); Fora D'Horas (1995); Quase Tudo (1997); Suspeito (1998); Ao Vivo Unplugged (1999); Mau Feitio (2001); Paulo Gonzo (2005); Paulo Gonzo Ao Vivo No Coliseu (2007); Perfil (2007); By Request (2010); Só Gestos (2011) e Duetos (2013) – Paulo Gonzo é uma referência obrigatória da música lusa e é considerado um dos melhores artistas portugueses da atualidade.

Foi com "So do I" (1986), o primeiro single do cantor a tornar-se num êxito, e com "Leve beijo triste", que Paulo Gonzo deu as boas vindas a Guimarães. Era o início de uma noite verdadeiramente especial para todos os presentes, uma "espécie de festa privada" em que era o anfitrião, como referiu o cantor que rejubilava de alegria e paixão.

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Como em todas as festas, não podiam faltar os convidados. O primeiro a subir a palco foi o mestre Jorge Palma, como reconhecida e carinhosamente Paulo Gonzo apresentou este grande músico/compositor nacional. O tema "Só", para além de belíssimo, foi um momento íntimo de dois artistas cúmplices e unidos pela amizade.

A noite partiu para Cabo Verde, e com "Negra" Paulo Gonzo dividiu o palco com Tito Paris.

Então foi a vez de Guimarães cantar. Paulo  Gonzo lançou o repto e o público aceitou. "Sei de cor" foi a música.

A próxima convidada vinha de Bristol. Dona de uma voz doce, a interpretação de Tammy Payne em "Talk to me Instead" cruzou-se com a voz quente do cantor português. O resultado foi encantador.

Apesar da ausência por motivos profissionais, India Martinez deixou uma mensagem vídeo a todos os presentes. O espetáculo continuava e, como não podia deixar de ser, foi a vez do blues tomar as rédeas da festa. Em "Bring It on Home to me", Paulo Gonzo regressou às origens e fê-lo de forma esplêndida.

Reconhecendo ser seu fã e tratar-se de um sonho tornado realidade, Paulo Gonzo convidou então o italiano Mario Biondi a cantar "Woman Woman". A intrusão magnífica dos dois artistas latinos proporcionou um bom momento musical.

De Itália saltámos para o Brasil, e Fafá de Belém entrou para abraçar o tema "Vais entender". A artista brasileira, nas palavras dirigidas aos presentes, evidenciou a qualidade do cantor português e a sua voz com emoção rara.

Seguiu-se a segunda incursão da noite pelo blues com a música "How do you stop".

De volta a África, foi a vez de "chuver matéria", como referiu Paulo Gonzo, chamando Matias Damásio ao palco e convidando todos a dançar "A Outra". O angolano mostrou-se agradecido pelo convite para participar em "Duetos", reconhecendo ser um grande fã de Paulo Gonzo, "o colosso da música portuguesa" – como referiu.

Paulo Gonzo convidou então o público a viajar de Angola para o Porto, e com Rui Reininho, que considera ser o melhor escritor pop do país, homenageou Bernardo Sasseti em "Coisas Soltas".

Com o tema "Jardins Proibidos" levou o Multiusos ao rubro, que acompanhou Paulo Gonzo ininterruptamente. "Isto é Guimarães, isto é Portugal!" – referiu emocionado o cantor no final da música.

O convidado que depois pisou o palco foi Carlos Rivera. O mexicano, prestes a editar o seu álbum em Portugal, acompanhou Paulo Gonzo no momento quente da noite em "Fascinacíon". Espetaculares: o ritmo, a conjugação das vozes e a alegria contagiante da música.

Seguiram-se "Espelho de àgua", com o alerta do cantor para a importância da preservação do ambiente e o clássico "Falamos depois", ou canção bipolar conforme a intitula Paulo Gonzo.

O espetáculo regressou então a África e, com Anselmo Ralph, Paulo Gonzo interpretou "Ela é…". A boa onda do angolano contagia multidões, e no Multiusos não foi diferente. O público adorou o momento.

A última convidada a subir ao palco foi Ana Carolina. A artista brasileira que esteve recentemente neste mesmo multiusos, encantou os presentes no dueto "Quem de nós dois", preconizando mais um momento único.

A festa ia terminar com "Dei-te quase tudo", mas houve direito a encore. Paulo Gonzo cantou ainda "O teu brinquedo" e, novamente "Sei de cor".

Com todos os artistas em palco e em clima de festa, apesar de decorridas mais de 2 horas de concerto, foi a altura de Paulo Gonzo agradecer a quem tornou possíveis os espetáculos de Lisboa e Guimarães, aos elementos da sua banda (Thierry, Luciano, Rui Barreto, Beto Garcia; as Patrícia’s; Rui Fingers e Paulo Sérgio), aos seus amigos/convidados e ao público que esgotou o Multiusos, pela noite fantástica, pela festa linda e pelo espetáculo irrepetível (dedicado a seu pai).

Noite repleta de grandes momentos musicais, mágicos, fantásticos, de qualidade e de diversão. Não faltou nada.

Fotos: Marco Mendes
Texto: Rita Pereira