Muse no no Passeio Marítimo de Algés: Rock hi-tech deixou água na boca


Muse no no Passeio Marítimo de Algés: Rock hi-tech deixou água na boca

Os Muse já são velhos conhecidos do público português e, nos últimos anos têm sempre passado por cá. Desta vez, apresentavam o álbum Simulation Theory saído no ano passado e que pouco entusiasmo deixou nos fãs mais antigos. A sequência de videoclips apostava numa estética muito 80's e que foi exponenciada na tour com cenografia, bailarinos e visuais a fazer lembrar o filme "Tron".

Perante um público mais reduzido do que o esperado (dizer chegava a dois terços do recinto era ser muito otimista), trouxeram um espetáculo visual espantoso, já muito oleado da digressão, mas faltou um pouco de alma naquele mundo hi-tech. Houve pouca comunicação com o público e a interação quase que se resumiu às despedidas com o desfraldar da bandeira nacional e o tradicional atirar de palhetas de guitarra.

No alinhamento de cerca de 25 músicas, Simution Theory foi naturalmente o álbum privilegiado, com 8 músicas. Logo no início "Algorithm" e "Pressure" deram o mote, entrecortado pelo já habitual "Drill Sergeant" a introduzir "Psycho" e "Uprising" com as suas palavras de ordem, sequenciadas por "Propaganda".

O regresso ao passado mais distante da banda, foi feito quase exclusivamente com "Plug in Baby" de Origin of Symmetry e com "Stockholm Syndrome" e "New Born" incluídas num medley com "Assassin", "Reapers" e "The Handler" já perto do final.

Passámos por uma parte mais "romântica" com "Dig Down", "Madness", "Mercy" ou "Time is Running Out", e "Take a Bow" teve direito a um pouco de Hamlet, com uma dedicatória de Matt Bellamy a uma caveira de cristal.

"Starlight" trouxe a aparição da bandeira portuguesa (o que fica sempre bem) e, para o final deu-se a aparição da peça cenográfica mais impressionante: um esqueleto/robô gigante a fazer lembrar um Eddie dos Iron Maiden mais futurista.

Muse no no Passeio Marítimo de Algés: Rock hi-tech deixou água na boca

A despedida foi feita com a habitual "Knights of Cydonia" introduzida pela "Man with a Harmonica" de Ennio Morricone, feita para o filme "Once Upon a Time in the West".

Em resumo, muita tecnologia a impressionar, mas alguma alma em falta. Aguarda-se o regresso ao essencial (a música!) já anunciado pela banda para um próximo álbum/tour.

Fotografia: Muse
Texto: Miguel Lopes