Koop Oscar Orchestra e Nouvelle Vague no EDP Cool Jazz [fotos + texto]


Koop Oscar Orchestra e Nouvelle Vague no EDP Cool Jazz [fotos + texto]

Numa noite bem quente de Verão nada melhor que uma passagem pelo festival mais cool da temporada. Os Jardins do Palácio Marquês de Pombal acolheram mais dois concertos desta 13ª edição do EDP Cool Jazz.

Uma plateia bem cheia e ainda muita gente em pé na acolhedora zona de bares acolheu primeiro os suecos Koop Oscar Orchestra. O projeto renovado do sueco Oscar Simonsson, fundador dos Koop, está "fortemente marcado pela formação musical clássica e posterior especialização em jazz, e criou uma fusão única da música eletrónica com esse mesmo jazz, num ambiente que remete para os sons dos cabarés e apaixonantes ritmos dançantes", dizia a organização.

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Os Koop já anteriormente tinham atuado em Portugal, mas passaram por um processo de renovação e apresentam-se hoje como os Koop Oscar Orchestra, numa formação de sete elementos (bateria, contrabaixo, percussões, acordeão, piano, trompete e a voz da lituana Jazzu). O concerto bastante agradável, contou com um alinhamento baseado no EP de estreia, editado em Junho, mas sem esquecer alguns clássicos dos primeiros álbuns dos Koop. O final com a melodia "What a Wonderful World" teve direito a cantoria da plateia.

O intervalo de cerca de meia hora foi aproveitado para mais umas bebidas nos vários bares e street food disponíveis ou umas pipocas oferecidas pela EDP em frente à fantástica fonte de Neptuno.

Os franceses Nouvelle Vague, liderados por Marc Collin e Olivier Libaux começaram o seu concerto de reformulações/reinterpretações dos maiores hits da new wave, punk e pós-punk dos anos 70 e 80, apresentadas ao longo dos seus 4 álbuns.

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Com as duas cantoras (a mais discreta Mélanie Pain e a bem mais mexida Liset Alea) a imporem as leis e a tratarem da comunicação com o público, "A Forest" dos The Cure deu logo a nota dos toques bossa nova omnipresentes na música dos Nouvelle Vague. Um "Master and Servant" (Depeche Mode) mostrou uma faceta mais pop do grupo com a sensualidade (e o vestido vermelho esvoaçante) a disputarem atenções com os primeiros problemas de som da noite.

Num set de canções bem curtas (todas com cerca de 2 a 3 minutos), o regresso à bossa nova foi com "Ever Fallen in Love…" dos Buzzcocks. Depois de um pedido de Liset Alea por um copo de Porto o ambiente cabaret manteve-se com a dança quase burlesca das duas cantoras em "Dancing with Myself" dos Generation X. "Making Plans for Nigel" dos XTC foi dedicada a um Miguel da plateia e as cantoras começaram a alternar entre canções: Liset Alea cantou "The Guns of Brixton" dos The Clash e Mélanie cantava "Blue Monday" dos New Order quando esta teve de ser interrompida pois os problemas sonoros eram insustentáveis. Depois de alguma conversa de circunstância, o copo de Porto a ser oferecido por alguém do público (depois do pedido anterior) e 15 minutos de intervalo, o concerto recomeçou onde tinha parado. "Human Fly" dos The Cramps (com direito a velhinha de 70 anos a dançar na primeira fila), "Marian" (Sisters of Mercy), "Metal" (Gary Numan) e "Dance With Me" (The Lords of the New Church) antecederam a única canção cantada na sua língua natal: "Putain Putain" de T.C. Matic com reflexões sobre os vários significados da palavra (como por exemplo, uma reação à perda do World Cup – não seria o Europeu???).

Ainda vimos "Teenage Kicks" (The Undertones), "Blister in the Sun" (Violent Femmes), "Just Can’t Get Enough" (Depeche Mode), os clássicos "Too Drunk to Fuck" (Dead Kennedys), "Escape Myself" (The Sound) e o final com "Love Will Tear Us Apart" dos Joy Division.

Num regresso rápido para o encore, "Bizarre Love Triangle" dos New Order foi cantado apenas com acompanhamento do estalar de dedos da plateia e "In a Manner os Speaking" dos Tuxedomoon foi apresentado como a música do "tudo ou nada". E apesar da noite longa, ninguém se queria ir embora e houve direito a segundo encore com "The Killing Moon" (Echo & The Bunnymen) e "Mala Vida" (Mano Negra) cantada em castelhano.

Todos saíram felizes com esta homenagem aos clássicos e um regresso à juventude!

Fotos: Rui Oliveira
Texto: Miguel Lopes