Carolina Deslandes em entrevista: "Eu procurei fazer um disco que conta a vida exatamente como ela é"


Carolina Deslandes em entrevista: "Eu procurei fazer um disco que conta a vida exatamente como ela é"

No dia em que se estreou no maior palco do MEO Marés Vivas, Carolina Deslandes conversou com a Noite e Música e revelou as suas expetativas para o seu batismo neste festival do Norte. A artista falou do seu novo álbum e confessou que se poupa da pressão de criar sucessos procurando apenas criar canções que a orgulhem.

Esta é a tua primeira vez a solo no maior palco do MEO Marés Vivas. Não posso deixar de te perguntar, quais são as expetativas para este concerto?

O Norte põe-me sempre as expetativas em alta porque as pessoas são muito calorosas, muito recetivas e muito expressivas. Por isso eu venho sempre muito expectante. Tenho amigos que já atuaram aqui e sempre me falaram o melhor da energia do festival e da receção das pessoas. Estou realmente a pensar que vai ser uma noite muito bonita!

Para uma artista que está habituada aos palcos, ainda há receio e nervosismo em enfrentar um novo palco?

Sempre! Eu não estou, de todo, habituada. Acho que nunca ficas habituada verdadeiramente porque, pelo menos no meu caso, estás em palco a contar a tua vida, os teus maiores segredos, a falares daquilo que te é mais íntimo, mais importante, das coisas boas e das coisas más. É como se te tivesses a dar a conhecer a pessoas que nunca viste antes. Portanto é sempre desafiante e é sempre como se fosse a primeira vez.

Casa foi editado em março deste ano e já conta com milhões de visualizações. Para um artista é possível prever o sucesso de um trabalho ou é sempre imprevisível?

Sempre imprevisível. Acho que não é possível prever um sucesso e acho que isso de tentar prever o sucesso é que traz as maiores desilusões. Eu já não faço isso. Como já não vou ver números no YouTube, como não quero saber das visualizações, não quero. Eu quero lançar a canção, quero estar orgulhosa da canção e quero aperceber-me do sucesso da canção através das pessoas. Estas tentativas de prever sucessos criam nos artistas uma paranoia muito grande. Hoje em dia, com a quantidade de informação que há a circular e a sair todos os dias, é muito fácil tu sentires que estás atrás e não estás a fazer o suficiente. E então, para não me deixar contaminar por isso, eu gosto é de lançar as canções, orgulhar-me delas e deixar que elas vivam por si.

Como apresentas este álbum? O que é que ele significa para ti, o que é que ele é e o que tem nele.

Eu acho que o álbum se apresenta a ele próprio. É um álbum que tem amor, saudade, perda, abandono, tem recomeço, felicidade, sonho, tem as várias vertentes que tem a vida. A vida não é sempre feliz nem sempre triste. Tem um bocadinho dos dois e é essa a beleza de viver. Eu procurei fazer um disco que conta a vida exatamente como ela é.

Para terminar, sempre foste muito honesta com os teus fãs e houve uma altura em que confessaste que quase desististe. Achas que era possível existir a Carolina sem a música?

Claro que era possível, mas não era tão feliz. Ou talvez nem fosse feliz, não sei. Viver sem música, acho que nunca. Agora sem viver da música ou sem ter esta profissão, ia ter de ser possível porque iria ter que arranjar outra coisa para fazer. Mas a música estaria sempre comigo.

Recorda aqui a passagem de Carolina Deslandes pelo MEO Marés Vivas.

Entrevista: Daniela Fonseca