NOS Alive 2025: O combate entre Olivia "palito" e o "Popeye" Boone

No primeiro dia do NOS Alive 2025, o Passeio Marítimo de Algés encheu-se para mais uma cantora Disney, mas foi uma personagem saída dos desenhos animados que entreteve a malta!

Apesar de ser uma quinta-feira e do tempo estar mais chocho, muita gente decidiu acampar à porta do recinto para ver Olivia Rodrigo, a estrela maior deste primeiro dia (e quem diga, também do festival). Mal as portas abriram, uma pequena multidão irrompeu em direção ao palco e nunca mais de lá saiu até final do concerto da cantora americana.

Olivia Rodrigo, pela segunda vez em Portugal em pouco mais de um ano, deu um concerto certinho, com laivos de rock'n'roll, mas dentro de uma suavidade pop para agradar aos fãs de tenra idade. O início foi com "We Got the Beat" das Go-Go's, para logo seguir para "Obsessed" e "Ballad of a Homeschooled Girl", a baterem nos dramas adolescentes (e pré-adolescentes) da plateia.

Por entre os habituais elogios a Lisboa e aos pastéis de nata, o mais um êxito servido ao piano, "Drivers License" de 2021. "Bad Idea Right", ao jeito mais rock de Joan Jett, contrariava a ideia de termos aqui uma potencial nova Alanis Morissette, que neste ano de regresso infelizmente não passou pelo nosso país.

"Deja Vu" encerra o concerto para minutos depois o encore ser servido com "Brutal", "All American Bitch" em modo hard-rock e "Good 4 U" e "Get Him Back!" para terminar o concerto em festa apoteótica.

Olivia Rodrigo @ NOS Alive 2025

Mas o final de tarde já se tinha valido a pena com o novo herói da pop americana Benson Boone. O jovem artista, grande admirador de Freddy Mercury, é conhecido pela energia em palco e pelos seus habituais saltos mortais. Com um concerto que passou pelos seus dois álbuns "Fireworks & Rollerblades" e "American Heart", Boone ofereceu os seus temas orelhudos, verdadeiros hits radiofónicos e o seu humor autodepreciativo. Há quem djga que foi este o concerto da noite.

Benson Boone @ NOS Alive 2025

Antes disso, pelo palco principal já tinham passado Mark Ambor que animou o público com a sua conhecida música "Belong Together". Seguiu-se Noah Kahan, num formato mais acústico a fazer muitos aproveitarem para sair para jantar antes da estrela da noite. Na estreia em Portugal o próprio artista admitiu que as suas canções têm um pendor mais tristonho que só animou com o sucesso "Sick Season" no final.

Quanto aos outros palcos o grande destaque vai para o Heineken onde, no início os Bad Nerves, banda inglesa de Essex são verdadeiros herdeiros do punk rock frenético dos Sex Pistols ou Buzzcocks. E mais para o final o headliner indie do palco, os Glass Animals que encheram a tenda à conta de um êxito no TikTok passaram de serem considerados eletrónica psicadélica de nicho para serem virais na plataforma com esse "Heat Waves", passando "Blinding Lights" de The Weeknd. Mas no concerto provaram que não só uma canção e despejaram dez anos de estrada que já os tornam coesos e capazes de agarrar uma audiência.

Texto: Miguel Lopes
Noite e Música Magazine no NOS Alive com o apoio dos hotéis GAT ROOMS