Vodafone Paredes de Coura: dia 4 (22/08), com Lykke Li e Ratatat
A 23ª edição do festival Vodafone Paredes de Coura acabou ontem e o balanço foi muito positivo: pela primeira vez na história os bilhetes esgotaram (com o recorde de mais de 100.000 pessoas nos dias todos, segundo dados da organização); a temática musical psicadélica encantou o público; a tradicional chuva courense veio abençoar a festa mas de forma pouco intensa.
Na conferência de imprensa, o diretor João Carvalho lançou já as datas para o próximo ano — 17 a 20 de agosto — e confirmou a continuidade do patrocínio Vodafone. Haverá também melhorias ao nível das infraestruturas, mas a lotação continuará a mesma "para não descaracterizar o espírito do festival".
Quanto ao último dia desta edição, este começou chuvoso, mas nem por isso os festivaleiros debandaram mais cedo. Coube mais uma vez a uma banda portuguesa iniciar os concertos no recinto: Holy Nothing, banda portuense eletrónica que aposta numa forte componente visual com projeções que se aliam aos sintetizadores para uma experiência invulgar e sinestésica. A banda aproveitou a oportunidade para apresentar temas do álbum Hypertext, que sairá em setembro, e encantou os presentes com ritmos dançantes logo ao início da tarde no palco Vodafone FM.
No palco principal, era agora a vez de Banda do Mar, um trio de brasileiros que terminou ontem a sua digressão internacional e nos presenteou com as suas canções doces e bem dispostas.
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Ainda num registo suave Natalie Prass subiu timidamente ao palco secundário, mas ao longo do concerto ficou cada vez mais desenvolta e mostrou-se capaz de emocionar o público com as suas canções sobre amores e desamores.
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Ao final da tarde, o pôr do sol foi acompanhado pelo concerto de Woods, e com a noite veio o rock. O público, que até então tinha estado maioritariamente sentado, finalmente se levantou para ouvir a banda de Brooklyn com o seu folk rock com apontamentos psicadélicos. Aliás, bandas de Brooklyn e bandas de rock psicadélico foram duas das constantes da 23ª edição de Paredes de Coura, e mais uma vez o resultado foi positivo e o público mostrou-se muito satisfeito.
Chegava então a hora de um dos concertos mais aguardados. Os ingleses Temples cumpriram as expectativas e apresentaram um espetáculo sólido e com direito a muita improvisação. A maioria dos temas tocados distenderam-se em solos e jams, permitindo assim uma viagem sonora em que muitos embarcaram.
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Após o pop psicadélico de Temples veio a grande surpresa da noite (que, para alguns, não seria surpresa nenhuma): a energia contagiante de mais um projeto de Ty Segall, desta vez na bateria e acompanhado de dois talentosos amigos, Roland Cosio e Charles Moothart. Chamam-se Fuzz e juntaram no palco secundário uma multidão em êxtase com o ritmo rápido e imparável do seu garage rock, tendo sido provavelmente cumprido o recorde de crowdsurfing desta edição.
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Se Fuzz foi a surpresa, logo a seguir viria o momento menos positivo da noite com o concerto de Lykke Li. Como já se suspeitava, as suas canções não entusiasmaram os presentes e a sua pop alternativa não se enquadrava na conjuntura da noite. Apesar de ainda se ter dirigido ao público em português, os festivaleiros não conseguiram entrar no espírito, nem na altura do single "I Follow Rivers", que todos sentiram que pertencia ao ido 2011 e que bem podia ter por lá ficado.
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Não havia grande tempo para lamentações pois o que interessava agora era Ratatat, mistura de eletrónica com rocks variados, funk e psicadelismo. Munidos de projeções que incluíam estátuas gregas e romanas a dançar e composições de aves variadas, mais uma vez Brooklyn desceu ao Tabuão para hipnotizar e arrebatar o público, que queimava os últimos cartuchos pulando, dançando e gritando no fim de mais uma edição do Festival Paredes de Coura.
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Fotos: Hugo Sousa/OA
Texto: Lídia Queirós
Inserido por Redação · 24/08/2015 às 16:57