Tool ao vivo na Altice Arena: O D. Sebastião do Metal voltou!


Tool ao vivo na Altice Arena: O D. Sebastião do Metal voltou!

Não foi em dia de nevoeiro, mas os Tool eram um D. Sebastião à muito aguardado pelos fãs da música pesada (e não só!). Os californianos são, desde muito cedo, uma das bandas mais aclamadas no universo da música mais pesada, pelo seu experimentalismo dentro do hard rock e metal e pela criação de um misticismo visual e sonoro que os transforma quase numa religião.

Há treze anos sem novo álbum, que foi constantemente sendo adiado para loucura dos fãs, e com pouco concertos nesse período, os Tool finalmente lançam música nova no próximo mês da agosto pondo termo a este longo período de afastamento.

Depois de uma primeira parte sem grande história, por parte dos também californianos Fiend, foi pelas nove da noite que uma gigante estrela de 7 pontas (frequentemente ligada a algo sagrado) começou a descer da grelha do palco ao som de "Third Eye", fazendo a introdução para entrada de Danny Carey, Adam Jones, Justin Chancellor e do líder da banda, o vocalista Maynard James Keenan.

"Aenima", do álbum com o mesmo nome, iniciou um espetáculo de forte componente visual que faz todos os esforços para proporcionar uma experiência única e sensorial a todos os que o vêm. O destaque não vai para os membros da banda (quase todos estáticos e na penumbra), mas sim para a música oscilante entre um indie metal e um ambiente metal a convidar a trips mais ou menos esotéricas.

Antes de "The Pot" e "Parabol", ouvimos das poucas palavras vindas de Maynard: "Lisboa!!". "Parabola" antecedeu as novas "Descending" (pontuada por guitarras psicadélicas e com um fabuloso espetáculo visual de luzes, vídeo e lasers) e "Invincible" (candidata a single) que confirmaram todas as expetativas criadas pela longa espera. Pelo meio, o êxito "Schism" do álbum Lateralus que está quase a fazer 20 anos.

"Intolerance" foi a mais velhinha que tocaram, ainda do primeiro álbum Undertow e a primeira parte do concerto terminou com "Jambi" e "Forty Six & 2".

Até no encore os Tool são inovadores, optando por um verdadeiro intervalo, de doze minutos exatos com um contador decrescente nos ecrãs.

No regresso, mais uma novidade com "CCTrip" uma canção-solo de bateria de Danny Carey, com grande evidência para os característicos pedais duplos do metal.

Para terminar, e já com um convite de Maynard para sacarem dos telemóveis, "Vicarious" e "Stinkfist".

No final, todos esperam que a espera seguinte não seja tão longa. Os Tool provaram, mais uma vez, que são uma banda para ver, ouvir e sentir (é habitual a luta entre apreciar apreciar o magnífico espetáculo visual e a vontade de fechar os olhos e imaginar imagens para os sons ouvidos).

Texto: Miguel Lopes