Korn no Campo Pequeno: Desculpas em formato pequeno [fotos + texto]


Korn no Campo Pequeno: Desculpas em formato pequeno [fotos + texto]

Jonathan Davis e companhia voltaram a Lisboa para acertar contas com o público português depois de três falsas partidas no Rock in Rio.

Passavam já alguns minutos das 22 horas quando, num Campo Pequeno praticamente cheio e sob um calor quase insuportável, se ouviram os primeiros acordes. O suor já transpirava pelo ar depois das atuações das bandas de abertura – os Hellyeah com o seu metal musculado, e o ex-Pantera Vinnie Paul, e os alemães Heaven Shall Burn com um melodeath pesado – mas ficou ainda mais intenso depois destes primeiros acordes, por trás de uma cortina preta que tapava todo o palco.

Hellyeah

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Heaven Shall Burn

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Depois das sirenes, o pano cai para a explosão inicial de "Right Now" mostrando um palco em dois níveis, com os guitarristas Brian "Head" Welch e James Shafter "Munky" a ladearem um Jonathan Davis com o seu clássico kilt. As rastas eram também o penteado dominante! No piso superior, à frente de uma tela gigante com o logo da banda, estavam o baixista Reginald Arvizu "Fieldy", o baterista Ray Luzier e o teclista Zac Baird. Por entre eles, cubos de leds criavam o ambiente das canções com cores e formas.

Korn

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"Here to Stay" intensifica o headbanging que acompanha a voz gutural de Davis. A revelação de uma nova tela com a capa do último álbum The Serenity of Suffering e jatos de fumo lançam "Rotting in Vain", que em conjunto com "Insane" foram as únicas representantes deste trabalho que representa um regresso às origens e dos sons que os catapultaram para ser os grandes representantes da vaga do nu-metal.

Os punhos ao alto e os cânticos do públicos marcaram "Somebody Someone" e antecederam a reconhecida cover dos Cameo, "Word Up" e "Coming Undone" (com direito a um trecho de "We Will Rock You" dos Queen).

Já depois da referida "Insane", Jonathan abordou finalmente "o elefante na sala": a meia-atuação no Rock in Rio Lisboa 2016. Recordamos os episódios de maio passado, onde a banda teve três falsas partidas geradas por problemas técnicos e desistiu de atuar, levando a muitas críticas e pedidos de devolução de dinheiro. Esta noite, com palavras muito politicamente corretas ("it was nobody’s fault…shit happens…"), a banda desculpou-se por não ter podido dar aos fãs o que esperavam.

E o que os fãs esperavam era o material antigo que, depois de um ruidoso "Fuck That!", introduziu "Y'All Want a Single" e "Make Me Bad". A clássica introdução com gaita de foles, tocada pelo vocalista, marca "Shoots and Ladders" (ainda com um pedaço de "One" dos Metallica no final).

Já depois de um solo de bateria de Luzier, "Blind" com uma das reações mais efusivas do público e "Good God" (com direito a wall of death) levam à paragem para encore. Ainda antes da entrada da banda já o público entoava os riffs de "Falling Away from Me" e a terminar "Freak on a Leash" com o icónico beatbox de Davis.

No final de pouco mais de 70 minutos, estava terminado o pedido de desculpas da banda. Pouco, para uma banda referência de uma década com 12 álbuns de estúdio e a precisar de se redimir do fiasco do ano passado. O que não quer dizer que não tenha sido um bom concerto e que o público não tenha saído (bastante) suado e contente, pois os Korn têm realmente uma boa base de fãs em Portugal. A exigência é que deverá ser maior para os que querem ser referência e ascender a lenda.

Fotos: Rui Jorge Oliveira
Texto: Miguel Lopes