Coldplay em Coimbra: Um "Paradise" de luz, cor e sonhos


Coldplay em Coimbra: Um "Paradise" de luz, cor e sonhos

Na primeira de quatro noites no Estádio Cidade de Coimbra, os Coldplay maravilharam mais de 50 mil espectadores com um espetáculo visual irrepreensível.

A história dos Coldplay em solo luso começou a ser escrita a 13 de agosto de 2000, quando se estrearam no Festival Paredes de Coura, pouco mais de um mês depois de terem editado o seu primeiro álbum Parachutes. Se no Reino Unido a banda de Chris Martin já fazia bater corações, por cá era diferente: "Não sabemos se alguém já ouviu falar de nós aqui", perguntou o vocalista no festival minhoto.

22 anos depois, a história é bem diferente: quem é que nunca ouviu falar dos Coldplay? A histeria geral começou no dia do anúncio e ganhou eco quando os bilhetes foram colocados à venda. Quatro datas esgotadas e um novo marco histórico, o de maior audiência de sempre para uma banda/artista em Portugal.

Depois de Bárbara Bandeira e Griff aquecerem o público durante a tarde, pouco depois do pôr do sol, foi a vez de Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion subirem a palco e darem início a uma noite de música, cor, luz e sonhos.

"Higher Power" foi o tema escolhido para o pontapé de saída do concerto. Com as milhares de pulseiras a criarem um manto de cor, as vozes do fãs fizeram-se ouvir a uma só voz e com considerável eco.

Se "Higher Power" foi uma explosão de energia, "Adventure of a Lifetime" e "Paradise" multiplicaram as ondas e a euforia. Depois de toda a adrenalina, o primeiro momento para respirar e viver novas emoções: à quarta canção, Chris Martin e companhia atiraram a popular "The Scientist". Ao piano, o vocalista contou com um coro de 55 mil vozes.

Ao contrário do que aconteceu nos concertos no Brasil, os Coldplay não convidaram um artista português para subir a palco nesta primeira noite em Coimbra. Mas Chris Martin decidiu realizar um sonho ao jovem Lourenço que, num cartaz, pedia para tocar "Hardest Part". "Podes, com certeza", respondeu o vocalista e o fã brilhou perante mais de 55 de mil pessoas. "Obrigado, meu irmão", agradeceu o músico, colocando a bandeira portuguesa às costas.

Já "In My Place" abriu caminho para "Yellow", com o estádio a pintar-se de amarelo. "Esta é a nossa melhor experiência em Portugal até hoje. Vocês são um público perfeito e fazem-nos sentir incríveis", frisou o vocalista, mais uma vez em português.

Depois de soltarem os primeiros acordes de "A Sky Full of Stars", Chris Martin interrompeu a canção e pediu que todos guardassem os telemóveis. O público não hesitou e a atmosfera no estádio transformou-se – os fãs podem não ter vídeos do momento, mas as memórias prevalecem.

Já na reta final do concerto, a banda caminhou pelo meio da multidão para um pequeno palco secundário na ponta do estádio, onde recordou "Sparks" e "Don't Panic". "Tocámos esta na primeira vez que viemos a Portugal, em 2000", lembrou o vocalista. A surpresa "nacional" do alinhamento veio logo de seguida – Chris Martin, de guitarra acústica em punho, a cantar "Coimbra Tem Mais Encanto", primeiro sozinho e depois com a ajuda emocionada do público.

Para a despedida, os Coldplay regressaram ao palco principal e soltaram mais foguetes em "Humankind". Seguiu-se "Fix You", que ficou bem guardadinha para o final apoteótico, e "Biyutiful".

Durante mais de duas horas, os Coldplay provaram porque é que enchem estádios em todo o mundo. Em Portugal serão quatro, mas muitos mais gostariam de viver esta experiência.

ALINHAMENTO:

Higher Power
Adventure of a Lifetime
Paradise
The Scientist
Viva la Vida
Hymn for the Weekend
The Hardest Part
In My Place
Yellow
Human Heart
People of the Pride
Clocks
Infinity Sign
Something Just Like This
Midnight
My Universe
A Sky Full of Stars
Sunrise
Sparks
Don't Panic
Balada da despedida
Humankind
Fix You
Biutyful

Fotografia: CM de Coimbra/LUSA
Texto: Nelson Martins/LUSA