Cirque du Soleil apresentou Varekai a Lisboa [texto + fotos]


Cirque du Soleil apresentou Varekai a Lisboa [texto + fotos]

O Cirque du Soleil estreou na noite passada o primeiro de dez dias de espetáculo na MEO Arena em Lisboa.

Eram ainda cinco horas da tarde quando a equipa do Cirque du Soleil se disponibilizou para receber a imprensa portuguesa numa especial e única tour aos ensaios dos acrobatas e ao backstage, desvendando assim alguns dos segredos por detrás da organização do circo.

Dois anos é o tempo que leva a que seja criado, desenhado e realizado um espetáculo completo do Cirque du Soleil, conta Julie Desmarais, responsável pela comunicação da digressão Varekai. Sempre sorridente, Julie guiou a equipa de jornalistas pelo backstage da MEO Arena contando alguns detalhes acerca do circo. Em Varekai estão representadas 21 nacionalidades e todos os acrobatas têm planos específicos de treino para que possam ter o melhor desempenho nas melhores condições físicas. A equipa é composta por 100 pessoas das quais fazem parte médicos, fisioterapeutas, músicos, artistas e, entre outros, técnicos de audiovisuais. Estes e outros pormenores acerca da logística de um espetáculo com a dimensão do Cirque du Soleil aumentaram a expetativa para o início da performance.

A fazer história desde 1984, o Cirque du Soleil trouxe novamente a Lisboa o enorme espetáculo que é o Varekai. E pouco passava das nove e meia quando a MEO Arena se transformou numa verdadeira floresta mágica. Já com casa cheia, a espera pelo início da sessão de estreia foi acompanhada pela presença de dois artistas que faziam dos membros da audiência o alvo das suas brincadeiras, os mesmos dois artistas que iriam animar o resto da noite.

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A banda, que tocou em perfeita sincronia com os movimentos dos artistas durante todo o espetáculo, foi aparecendo por entre o público enquanto estranhas e coloridas criaturas da floresta preenchiam o palco, assinalando assim o início de Varekai. O nome significa "seja onde for", em romani, e a história é sobre o jovem Icarus que, depois de perder as asas, cai dos céus para se apaixonar por uma princesa que é raptada. Mais tarde, a princesa emerge de um casulo para um excelente número de contorcionismo, terminando a história com o espampanante casamento dos dois jovens.

A salientar está o trabalho árduo de todos os artistas que atuaram em perfeita sincronia. Acrobacias a uma mão sobre o público, o design dos fatos, aparecimentos e desaparecimentos pelo chão e topo do palco, o fascinante espetáculo de luzes, a excelente banda e os momentos engraçados, de entre os quais se conta "Ne Me Quitte Pas" de Jacques Brel enquanto o "cantor" tentava acompanhar o foco de luz que parecia fugir sempre, fizeram de Varekai uma experiência completa e única. Algumas falas preparadas em português encheram os corações do público e ganharam o afeto dos mais pequenos para quem a linguagem vaga e imperceptível do Cirque du Soleil pode ser confusa.

Para terminar em grande, a equipa russa preencheu o palco com os seus enormes "baloiços", deixando o público boquiaberto. Os restantes acrobatas, e a excelente banda que acompanhou sincronizadamente todo o circo, juntaram-se em palco recebendo do público lisboeta uma merecida ovação de pé. O Cirque du Soleil voltou a impressionar a audiência portuguesa com um excelente espetáculo que provou novamente o seu potencial, deixando-nos com a promessa de novidades para um futuro breve.

Fotos: Alexandre Paixão
Texto: Maria Roldão