Ana Free em entrevista: "Sempre soube que a música ia ser parte da minha vida"


Ana Free em entrevista: "Sempre soube que a música ia ser parte da minha vida"

Poucos dias depois do lançamento do seu novo EP The Weight Of The Soul, estivemos à conversa com Ana Free sobre este novo projeto e a evolução da sua carreira na música.

Noite e Música: Começaste a cantar e a tocar guitarra desde bem nova, a música era um passatempo ou foi desde sempre um objetivo a seguir?
Ana Free: Sempre soube que a música ia ser parte da minha vida mas não sabia a que dimensão. Quando comecei a postar os meus vídeos no YouTube foi apenas um hobby mas depois quando comecei a ter mais sucesso foquei-me mais no longo-prazo.

NM: A tua primeira atuação ao vivo foi há 9 anos, tens uma carreira ainda curtinha no entanto já compuseste por volta de 600 originais. Onde é que procuras inspiração para tantos originais?
AF: Inspiro-me em muitas coisas diferentes. Normalmente só consigo escrever bem à noite ou no estúdio, quando preciso de me distanciar das gravações. A maior parte das minhas músicas são inspiradas pelas minhas próprias experiências ou pessoas que fazem ou já fizeram parte da minha vida. São raras as vezes em que escrevo do ponto de vista de outra pessoa mas também acontece. A música "The Rain" por exemplo, não é autobiográfica. É uma música que simplesmente foi escrita a partir da minha imaginação e de histórias contadas.

NM: Quais são as tuas referências musicais? Sendo uma artista maioritariamente pop procuras referências de outros artistas fora do pop?
AF: Quando era pequenina ouvia vários tipos de música! Ainda hoje em dia gosto muito de ouvir esses artistas que me acompanharam quando era mais nova como Sam Cooke, Eric Clapton, Bob Dylan, The Beatles, Bob Seger, Joni Mitchell, e Rui Veloso. Depois passei a seguir os sons do rock dos anos 90; bandas como Aerosmith, Bon Jovi, Sheryl Crow, The Offspring, Guns’n’Roses e Bryan Adams. Também era super fã das Spice Girls, Jennifer Lopez, Ace Of Base e a Britney Spears! Hoje em dia ainda oiço um pouco de tudo, especialmente pop e música acústica entre outros géneros musicais como por exemplo hip hop, fado e soul.

NM: Como é que achas que te consegues expressar melhor, em português ou em inglês?
AF: Uma vez que em casa sempre falamos muito inglês habituei-me mais a expressar nessa língua. No entanto em alturas mais emocionais às vezes sinto-me mais à vontade a escrever em português…

NM: Lançaste recentemente o teu single "Killing Kind", que faz parte do teu novo EP, como é que está a ser a reação das pessoas ao single? As críticas têm sido boas?
AF: Até agora, sim! O videoclip acabou de ser lançado e só tenho recebido comentários positivos. O vídeo é diferente dos outros que tenho feito ao longo da minha carreira. Foi captada num "one-take" onde a câmara vai-me acompanhando pela praia e vão aparecendo os instrumentos importantes e marcantes do tema.

NM: Fala-nos um pouco do que este EP The Weight Of The Soul significa para ti.
AF: É um EP de 5 faixas que fala das minhas experiências e o meu crescimento nos últimos tempos a nível artístico e pessoal.. A sonoridade é diferente do meu álbum de estreia. Este disco é folk-pop e regresso bastante às minhas raízes na guitarra! Cada tema é diferente mas existe um fio condutor muito forte entre todas.

NM: Este é um EP intimista que reflete algumas histórias e a tua evolução, a tua carreira evoluiu da maneira que esperavas ou nunca fizeste planos?
AF: A minha carreira progrediu duma forma muito gradual e a maior parte das coisas foram acontecendo sem serem planeadas a longo-prazo. Aproveitei e corri atrás das oportunidades e é assim que continuo a gerir o meu trabalho.

NM: O que é que podemos esperar da Ana Free nos próximos tempos? Muitos concertos? Novos projetos?
AF: Neste momento ainda estamos a marcar eventos e a planear a agenda para o ano! Aqui por Los Angeles tenho estado a trabalhar no estúdio, a compor e a filmar vídeos para o meu trabalho! Espero ter novas datas para Portugal em breve! Quando souber, eu aviso!

Entrevista: Daniela Fonseca