NOS Alive'22 – Dia 3 (08/07): Uma "casa a arder" em dia de Metallica e Royal Blood


NOS Alive'22 - Dia 3 (08/07): Uma "casa a arder" em dia de Metallica e Royal Blood

O terceiro dia do NOS Alive arrancou esta sexta-feira e, se dúvidas existissem em relação ao cartaz, rapidamente ficariam esclarecidas na entrada do recinto. As t-shirts pretas com desenhos alusivos ao heavy metal e o nome "Metallica" estampados, não deixavam margem para dúvidas do que se ia assistir durante a noite.

Pelas 18h, Don Broco, subiu ao palco principal e conseguiu aquecer os fãs de Metallica que, desde cedo, começaram a marcar lugar nas filas da frente. Os britânicos, que fizeram a sua estreia no Passeio Marítimo de Algés, e cuja sonoridade única resulta de uma combinação entre o rock, pop, electro e metal, apresentaram temas do seu último álbum Amazing Things, que liderou o UK Official Album Chart em fevereiro. Rob Damiani, vocalista da banda, cativou pela sua boa disposição, ótima energia e interação com o público.

Em simultâneo, decorria no palco Heineken a estreia de Sea Girls em Portugal, banda britânica de indie rock, composta por quatro elementos masculinos. Numa atuação agradável, embora morna e longe das expectativas, proporcionaram ao público um momento de descontração.

Sea Girls @ NOS Alive

Após o cancelamento de Stormzy, coube a AJ Tracey subir ao palco principal. Numa noite dedicada ao rock e heavy metal, o hip hop apareceu desenquadrado e arrefeceu o fim de tarde, momento que foi aproveitado para uma refeição rápida antes das principais atuações da noite.

Os Royal Blood, um dos cabeças de cartaz do terceiro dia, atuaram pelas 21h e apresentaram um alinhamento intenso e irrepreensível. Numa tarefa que poderia ser ingrata, a de subir ao palco antes dos gigantes Metallica, o duo britânico sacudiu a pressão e estendeu o tapete vermelho com "Typhoons", para aquela que seria uma noite de "abanar o capacete". Seguiram-se os temas "Boilermaker", "Come on Over", "Trouble's Coming" e "How Did We Get So Dark?", que puxaram por um público entusiasta e rendido a um rock bem musculado. "Figure It Out" e "Out of The Black" encerraram o concerto, fazendo as delicias dos fãs.

Royal Blood @ NOS Alive

O que se seguiu foi, numa palavra, épico. Apesar da digressão europeia dos Metallica não ter começado da melhor forma, a abertura arrepiante com "Ecstasy of Gold" de Ennio Morricone, fazia antever uma noite memorável, com um dos melhores concertos em anos. "Whiplash", "Creeping Death" e "Enter Sandman" abriram as celebrações e a "família Metallica" estava reunida em êxtase. Com uma setlist onde se ouviram êxitos como "Whenever I May Roam", "Nothing Else Matters", "Sad But True", "Fade To Black" e "Seek & Destroy", a voz rouca de James Hetfield, os solos incomparáveis de Kirk Hammett e a batida de Lars Ulrich estiveram em perfeita sintonia e proporcionaram aos fãs mais antigos momentos de pura nostalgia. Para o encore ficaram "Damage, Inc.", "One" e "Master of Puppets".

Metallica @ NOS Alive

Donos de uma forma física invejável, os Metallica, deram um concerto de duas horas, repleto de efeitos pirotécnicos e eletrónicos, onde não faltaram os clássicos e um público absolutamente insano. Uma simbiose perfeita entre o "novo" e o "velho", que define a grandiosidade de uma banda, capaz de abraçar uma "família" de várias gerações. Que ótima forma de celebrar 40 anos de carreira!

No terceiro dia do NOS Alive destaques, ainda, para St. Vincent e M.I.A, que atuaram no palco Heineken, num dia em que as atenções estiveram viradas para o palco principal.

Ana Rosinhas nos NOS Alive com o apoio dos hotéis GAT ROOMS.