Vodafone Mexefest: dia 2, com Elza Soares, Gallant, Mallu Magalhães e Digable Planets


Vodafone Mexefest: dia 2, com Elza Soares, Gallant, Mallu Magalhães e Digable Planets

Dos ritmos brasileiros ao hip-hop de Brooklyn, foi com versatilidade, animação e muita chuva que o Vodafone Mexefest terminou mais uma edição.

Continua o Vodafone Mexefest, continua a animação na Avenida da Liberdade. Na noite passada foi a vez dos 800 Gondomar, a banda de Rio Tinto, de animar as viagens no autocarro. Os concertos surpresa continuaram, desta vez com a presença de António Zambujo no Largo de São Domingos. A chuva e o frio que se fizeram sentir não minguaram a energia do público do festival que manteve a habitual movimentação de palco para palco.

À chuva, e no frio dos bastidores do Capitólio, os portugueses Zanibar Aliens aqueceram o ambiente. Gozando com a chuva que caía, a banda fez mexer o público que não se deixou demover pelo mau tempo. Os instrumentais e o sentimento dos solos transportaram o público para o rock psicadélico dos anos 70 e impressionaram quem por ali passou.

Zanibar Aliens

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A chegada ao Coliseu dos Recreios contou com a receção dos Capitão Fausto que tocaram na varanda para mais um Vodafone Cuckoo. Entretanto, no palco principal, o norte-americano Gallant entrava em cena. Munido da sua versátil voz capaz de atingir os mais impossíveis agudos, o jovem cantor fez-se acompanhar de uma banda simples que impressionou com os backing vocals que se aproximaram dos agudos de Gallant, mas nunca conseguindo igualá-los. Temas como "Talking To Myself" ou "Bone+Tissue" conseguiram do público aplausos efusivos correspondentes à incrível qualidade da voz do cantor, bem como à sua forte presença em palco.

Gallant

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Mais acima na Avenida, no Tivoli BBVA, a brasileira Mallu Magalhães, que faz agora de Lisboa sua casa, esgotava a lotação. Em formato "voz e violão", a cantora trouxe ao teatro um concerto acústico, acolhedor e intimista que contou com o forte apoio da audiência que ia abanando a cabeça ao som das calmas melodias dos temas. Alternando entre o inglês e o português, a cantora passou por canções como "Olha Só, Moreno", "Tchubaruba" ou "Seja Como For", este último da Banda do Mar, grupo luso-brasileiro da qual Mallu Magalhães faz parte.

Mallu Magalhães

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Voltando ao Coliseu dos Recreios, mas sem sair dos ritmos brasileiros, foi a vez da aguardada Elza Soares. Abriram-se as cortinas e a cantora, sempre no seu enorme cadeirão em posição de destaque, fez dançar o Coliseu que encheu em sua honra, enquanto pedia "gritos, muitos gritos". Aos 79 anos, e contando com já 60 anos de carreira, Elza Soares apresentou o seu último álbum A Mulher Do Fim Do Mundo começando o concerto à capella com o tema homónimo do álbum. Rodeada de uma excecional banda e do calor do público, a brasileira referiu a violência doméstica em "Maria da Vila Matilde" e cantou temas como "Luz Vermelha" ou "Benedita", este último que contou com a participação do cantor e ator Rubi, que entrou em palco para uma performance macabra que terminou no colo da cantora.

Elza Soares

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Enquanto os sintrenses Kumpania Algazarra animavam o São Jorge protegidos da chuva, os Digable Planets abriam com "May 4th Movement" e com a sala Manoel de Oliveira ainda despida. "To the people sitting down, you will get up when the music gets in you" – disse Doodlebug, o mais velho do trio. E não tardou até que a temperatura aumentasse, a sala enchesse e todo o público se levantasse dançando ao ritmo do hip-hop nova-iorquino dos anos 90. O trio norte-americano trouxe com eles uma composta banda que se destacou pelos incríveis solos de baixo e bateria, num momento drum 'n' bass, e pela forte energia e química que transmitiram. Com apenas dois álbuns lançados, um em 1993 e outro em 1994, o grupo reuniu-se em 2015 para uma inédita digressão, com direito a passagem por, entre outros, clássicos como "Nickel Bag", "Where I’m From" ou "It’s Good To Be Here". "Rebirth Of Slick", o mais aguardado tema, deu por terminada uma excecional e rara performance dos Digable Planets em Lisboa. Ishmael Butler, também membro do grupo Shabbaz Palaces que esteve em Portugal no ano passado, voltou a palco para entregar set lists aos fãs e tirar algumas fotos, sempre sorrindo.

Digable Planets

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Como não podia deixar de ser, o Vodafone Mexefest terminou em festa. Ontem o apito final foi dado por João Barbosa, mais conhecido como Branko. O experiente DJ português apareceu em palco envolto em ecrãs que iam passando alguns dos seus vídeos, criando assim um ambiente diferente do habitual. Perante um Coliseu novamente cheio, foi através da música eletrónica que Branko fez dançar toda a plateia que esquecia assim o cansaço do segundo e último dia de festival.

Branko

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Assim terminou mais uma edição do Vodafone Mexefest que continua a movimentar milhares de pessoas pela principal Avenida, aquecendo assim o inverno na capital. A Vodafone, que tem vindo a apostar numa identidade própria no que toca a música, transpôs novamente essa identidade para o cartaz sempre único e alternativo do Mexefest.

Equipa Noite e Música Magazine no Vodafone Mexefest
Fotos: Alexandre Paixão
Textos: Maria Roldão
Edição: Nelson Tiago