Miguel Gameiro e Pólo Norte no Coliseu do Porto [fotos + texto]


Miguel Gameiro e Pólo Norte no Coliseu do Porto [fotos + texto]

Original e intimista. Assim foi o concerto de Miguel Gameiro e Pólo Norte, no ano em que festejam 20 anos de canções na língua de Camões.

Foi de forma inusitada que começou o espetáculo. Uma mesa, duas cadeiras, o empregado do café e Miguel. Duas décadas de vida em fotos e memórias, recordadas pelo vocalista e transformadas em humor por Aldo Lima, o empregado.

Depois de uma boa dose de gargalhadas, que poderiam muito bem ouvir-se no exterior, tal era a lotação do coliseu, Miguel Gameiro pegou na sua guitarra e cantou "Lisboa", em jeito de introdução. Parou e ficou a aguardar ser vaiado, afinal de contas estava no Porto, mas o público continuou a cantoria, porque o importante era a música e não as disputas de cidades titãs.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157649438756371" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="30" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

O concerto arrancou a sério e já com todos os elementos em palco ao som de "Amor é" do álbum Expedição, seguida de "Alquimia", canção do primeiro álbum a solo de Miguel Gameiro e de "Já Não Canto Essa Canção", single que fez furor em 2013.

A uma só voz e com a letra bem decorada, músicos e plateia recordaram "Grito", canção que "contou com a ajuda de um amigo muito especial e que fez parte do caminho do grupo". Falava, claro está, de Miguel Ângelo.

O antigo vocalista dos Delfins não esteve presente nesta noite, mas esteve Mariza, com quem foi "um privilégio e uma grande honra pisar o palco". Na tela de fundo, o relógio ditava o tempo, que parecia não parar. Para lá do palco, a pulsação parecia ter estagnado, tal era a emoção de ouvir "O Tempo Não Para" na voz de ambos os artistas, que não se fizeram rogados e seguiram lado a lado até ao corredor central daquela enorme sala. Antes de sair de cena, a fadista dedicou "Aquela Canção" ao filho e encantou os presentes com a ternura na voz.

Mais que um concerto, muito mais do que um espetáculo, aquilo que aconteceu na noite do dia 22 de novembro foi uma convívio entre amigos, onde estiveram bem perto do abraço coletivo com "Dá-me Um Abraço", cuja a letra foi inspirada na cena de um filme e dedicada à mãe do cantor.

"A Dança" encheu o palco de bailarinos voluntários, a pedido do músico e compositor, que acabou por descer e misturar-se no meio da multidão, enquanto cantava e tirava fotos com os fãs. Miguel não esperava ter tanta afluência ao pedido de subida ao palco e mostrou-se visivelmente satisfeito.

Com Boss AC, cantou o "Homem e a Bala", mais um dos artistas convidados da noite, num registo vocal e rítmico completamente diferente do habitual. A partir deste momento, os grandes êxitos do grupo e do cantor, aqueles que passaram vezes sem conta na rádio, foram recordados: "Aprender a Ser Feliz", "Porque é Que a Gente Não de Dá", "Pura Inocência" e "Se Eu Voltasse Atrás".

Já de saída, os músicos contaram com a presença de Pedro Abrunhosa, que tal como todos os artistas anteriores, frisou que "não há malta como a do Porto", no que diz respeito a carinho e entusiasmo.

O concerto acabou como começou, com "Lisboa" a ver a sua letra alterada e adaptada à cidade invicta. Miguel Gameiro e Pólo Norte serão recordados como os artistas que não queriam terminar o concerto e ir embora.

Fotos: António Teixeira
Texto: Magda Santos