Meo Marés Vivas: dia 2 (18/07), com James e Skrillex


Meo Marés Vivas: dia 2 (18/07), com James e Skrillex

João Só abriu o segundo dia do festival Meo Marés Vivas e não esteve Só. Com o recinto mais cheio que no dia anterior, o cantor e compositor de 24 anos, encantou os presentes com os seus temas mais populares, tais como "É pr’a Ficar" e "Até ao Fim". Influenciado, na sua música, pelos Clã, trouxe a palco "Tira a Teima", canção que viria a ser cantada, mais tarde, pelos próprios. "Sorte Grande" foi o momento alto da atuação e, apesar de não contar com a presença de Lúcia Moniz, não faltou voz às estrofes, que os fãs tão bem sabiam, tendo cantado boa parte da música.

Pela primeira vez no festival e com uma grande presença em palco, os Plaza deram a conhecer o seu mais recente álbum, All Together, entoando as músicas "High on Stereo", "Real Love" e a homónima do disco, "All Together". A banda pop agradeceu a presença de todos os entusiastas, que "podiam-se estar a guardar para o palco principal, mas estavam ali". Os Plaza primaram por uma atuação muito visual com imagens e videoclips a passar numa tela no fundo. "(Out) On the Radio" foi cantarolada em conjunto com a banda, por ser a música mais conhecida dos presentes.

De pandeireta na mão, entrou no palco principal a primeira mulher deste festival, Manuela Azevedo, com a sua banda, os Clã e a música "Zeitgeist". Traziam na bagagem o seu mais recente álbum, Corrente, e não só. A um recinto bem recheado de pessoas, trouxeram, também, os seus maiores êxitos, tais como, "O Sopro do Coração", "Tira a Teima", "Problema de Expressão" e "Dançar na Corda Bamba". Para surpresa de alguns mais distraídos, Ana Moura uniu-se em (des)fado ao grupo criado em 1992, e a uma só voz cantaram "Curto Circuito" e "Até ao Verão", num emblemático momento da noite, que ainda estava em fase de arranque. Da sua nova discografia, os Clã apresentaram "A Paz não te Cai Bem", "Basta", entre outras, encerrando a sua atuação com "Asas Delta", vinda diretamente de 2011, de Disco Voador.

James Arthur surgiu em palco pronto para enfrentar o verão, de boné, óculos escuros e calções pelo joelho, mas a única receção calorosa que recebeu, foi a do público. O cantor inglês, vencedor do X-Factor em 2012 era o artista mais aguardado pelo público feminino. Começou a sua apresentação com "Lie Down", seguindo-se "Emergency" e "Roses", naquele que foi o primeiro momento romântico da noite. Muito diferente dos artistas que o antecederam, nesta 12ª edição do festival, as músicas de James Arthur são de estilo pop, com algumas anotações de hip-hop, como em "Supposed", que todos acompanharam de braços no ar. A cada novo acorde, as expectativas de que a próxima fosse aquela música porque tanto ansiavam, aumentava. No entanto, o melhor fica sempre para o fim, e o single "Impossible" foi cantado em jeito de despedida, num momento muito emotivo. James Arthur disse, visivelmente satisfeito, que era a primeira vez que estava em Portugal e que, para uma primeira vez, era muita gente para se atuar.

Por altura de James entrar em cena, chovia intensa e incessantemente. No entanto, o mau tempo não demoveu os fãs, ansiosos por ouvir os êxitos da banda proveniente de Manchester. O grupo começou de forma branda e suave, para depois "entrar a mata" com "Come Home". No entanto, foi com "Getting Away with it all" que a multidão mostrou o seu entusiasmo desenfreado, com telemóveis apontados aos artistas, prontos a gravar as músicas, gritos e aplausos. O objetivo primordial foi dar a conhecer o seu mais recente álbum, La Petite Mort, intercalando com outros grandes êxitos seus como, por exemplo, "Tomorrow", "Say Something", "Laid" e "Sit Down". Do seu novo disco, "All I am Saying" e "Curse Curse", em dose dupla e que serviu para fazer as filmagens para o videoclip que se avizinha.

Já com a assistência reduzida para pouco mais de metade, apenas os mais resistentes às marés ficaram para ver a nave espacial de Skrillex, que viajava pelo espaço. Os efeitos de luzes combinados com os sons eletrónicos e de dubstep, teletransportaram os presentes para um estado contraditório ao tempo. "Scary Monsters and Nice Sprites", "Make It Bun Dem" e "Summit" fizeram parte do último espetáculo da segunda noite do Meo Marés Vivas e só quem não cedeu à chuva pesada que teimava cair junto ao rio Douro, é que sabe o espetáculo que ganhou. Até o Rei Leão esteve presente, na música "Lion King Remix".

Fotos: Nuno Fangueiro
Texto: Magda Santos