Bryan Adams no Multiusos de Gondomar [fotos + texto]


Bryan Adams no Multiusos de Gondomar [fotos + texto]

Um concerto de encher as medidas. Assim foi a passagem de Bryan Adams por Gondomar, naquele que foi um espetáculo memorável ao som de êxitos inesquecíveis.

Dez minutos passavam das nove horas da noite, o público ainda ia chegando, entusiasmado, quando o artista canadense entrou em palco para cantar "Do What Ya Gotta Do", numa explosão de aplausos e gritos de euforia.

Apesar de ser um tema recente (2015) e ainda pouco mediático, o público não esmoreceu e deixou-se levar pelo hit seguinte, de 1991 "Can't Stop This Thing We Started". Para além disso, a voz caracteristicamente rouca deste artista intemporal, a cadência das músicas que surgiam em catadupa e o fervilhar da guitarra que vibrava sem interrupções não davam espaço a devaneios. O foco era o êxtase total.

"She's Only Happy When She's Dancin" poderia muito bem resumir o ambiente desta noite. E não eram apenas elas que estavam felizes a dançar, mas todo o público, tão heterogéneo e de espirito rebelde. Precedeu-lhe "Go Down Rockin", uma das faixas que constitui o seu novo álbum Get Up. Música nova, mas o mesmo feeling de Bryan Adams e o mesmo efeito naqueles que assistiam ao monumental espetáculo.

Abrindo finalmente o palco aos seus maiores êxitos, Bryan Adams começou com "Heaven" e a partir de então não mais parou. E se "Reckless" trouxe boas memórias, "This Time" remeteu os presentes para o ano de 1983, data de lançamento de Cuts Like a Knife.

Bryan Adams no Multiusos de Gondomar [fotos + texto]

O momento auge da noite foi som de "Summer of 69", claramente uma das canções mais desejadas da noite. Cantada a plenos pulmões e no limite do tom, foi aqui que a noite se tornou mágica. "When You're Gone" não teve Melanie C, mas teve vozes compassadas a acompanhar e até o cantor de 56 anos elogiou a cantoria. E como não há duas sem três, diretamente de 1991 – Wakin Up Neighbours, Bryan Adams (en)cantou "(Everything I Do) I Do It For You".

Para "If Ya Wanna Be Bad Ya Gotta Be Good", o cantor pediu uma mulher selvagem. Descobriu Sílvia e deixou-a dançar de forma sensual sob o foco de luz.

Aproveitando um momento para afinação da guitarra de um dos elementos da banda – e que cansadas estariam as guitarras depois dos fenomenais momentos de exibição das mesmas, Bryan Adams aproveitou para contar que cresceu em Portugal e mostrou que ainda recorda algumas palavras da língua de Camões.

Imediatamente antes do encore, o doce flamenco "Have You Ever Really Loved A Woman?" fez os muitos fãs suspirarem. E se alguém pensou que ao voltar a palco, o cantor não poderia surpreender mais, então enganou-se. "Straight From the Heart" acompanhada pela harmónica (quase se diria que Bryan Adams é a one-man-show) e "All for Love" foram os sons apoteóticos deixados para o deslumbre final.

Fotos: DR
Texto: Magda Santos