King Gizzard and the Lizard Wizard no Coliseu de Lisboa: Psicodelia do outro (lado do) mundo

O rock psico-camaleónico dos australianos prolongou a festa do futebol e eleições para dentro do Coliseu dos Recreios.
Em noite de umas eleições que mudaram a face política do país os autralianos King Gizzard and the Lizard Wizard continuaram a mudar a face atual do rock'n'roll. E fizeram-no sempre numa festa que parecia prolongar a do futebol vivida algumas horas antes.
Foi num Coliseu dos Recreios já muito perto da lotação total que a primeira parte foi brindada com os nigerianos Etran de L'Aïr que de um pequeno bairro de Agadez, Níger, trazem o seu Desert Blues muito na linha dos já reconhecidos Tinariwen.
Já pelas 22 horas, entram então os muito aguardados King Gizzard para a primeira noite da "residência" de 3 noites que vão fazer em Lisboa. O início é com os quase metaleiros "Mars for the Rich" e "Converge". Segue-se "Witchcraf", a incursão num dos últimos álbuns com o nome mais longo da história da música: PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation.
O último dos 26 álbuns da prolífica banda de Melbourne é apresentado com "Antartica", uma música mais gingona e comandada pela harmónica. A onda mais dançável continua com "Ice V", para depois acelerar com uma das músicas mais reconhecidas da banda, a arábica "Gamma Knife" e, na mesma linha com "People Vultures" e ainda uma memória aos anos 60 com "Mr. Beat" que é uma mistura dos teclados dos Doors com o ritmo e voz à la Beatles.

Mais para o fim das 2 horas de concerto ficam "Slow Jam 1", "Am I in Heaven?" e para terminar de novo em modo metaleiro "Self-Immolate" puxa aos mosh pits.
Poucas palavras há para a descarga de energia registada no Coliseu dos Recreios nesta noite de maio. Foram 2 horas de muito suor e psicadelismo e ainda faltam mais 2 sessões de eletricidade!
Texto: Miguel Lopes
Fotografia: João Pedro Padinha
Inserido por Redação · 20/05/2025 às 10:45