Ana Moura ao vivo na MEO Arena [fotogaleria + texto]


Ana Moura ao vivo na MEO Arena [fotogaleria + texto]

Uma voz quente e elegância preencheram a MEO Arena, na universalidade de emoções do fado, mas que é tão puramente nosso.

Ana Moura pisou o palco da grande MEO Arena de uma forma brilhante e intimista, acompanhada por músicos que fazem inveja e de um público que deixou praticamente o espaço com uma ambiência de quem sabe o que o fado move. A cantora emocionou uma plateia cheia e arrebatou com os novos temas do seu mais recente álbum discográfico Moura e não só, numa linguagem universal cheia de emoções e cenários inusitados que fizeram daquela noite um palco de eventos e momentos especiais.

No começo do espetáculo, ouve-se o gritar imponente de uma guitarra, como de hinos chamativos se tratassem. A musa demorava a surgir no palco e a ansiedade aumentava. Uma voz quente emerge sobre os ecoares musicais. Sim, era a voz da Moura Encantada! Elegante e arrebatadora!

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Ouviram-se temas do seu 6º álbum como "Ai Eu" que introduz a noite memorável por entre o escapar confesso de nervosismo da cantora. Nem precisava de estar nervosa, mas Ana Moura é ciente da responsabilidade e elegantemente continua com o seu repertório, interpretando "Fado Dançando", "Desamparo", abrilhantando um espetáculo tão especial que anteriormente já tinha passado por países como Luxemburgo, Austrália, Estónia e até Bulgária. Sempre muito bem vestida e apresentada, a fadista levava duas criações de Filipe Faísca que sobriamente e elegantemente ajudaram a completar uma aura única de afetos. Sempre muito carinhosa com todos, a cantora partilhou alguns momentos especiais, revelando todo o seu apreço pelo público português e agradecendo a quem a acompanha.

Intercalando fados com animadoras batidas que apelam à dança, ou outros mais nostálgicos, assim é a magia da nossa música portuguesa, e não poderia ter um porta-estandarte melhor! Ana Moura apela ao balançar da música com as ancas, demarcado pelo bater dos pés. Todos se fixam na sua beleza e tentam acompanhar o ritmo e toda a mensagem que é ali passada. Assistir a um concerto seu, não é nem nunca será somente ouvir música.

Algumas estrelas também nacionais do fado, apoiaram-na neste grande dia como Mariza e Maria da Fé que prontamente são anunciadas e recebem rasgados salvas de palmas!

"Agora é que é" foi como um hino, cantado com muita vibrância, juntamente com a sua voz ondulante e quente que nos trás alento. "Lava-me aos Fados" seguiu-se, uma música da autoria de Jorge Fernando que teletransportou-nos para histórias de amores lusitanos. Estava ali unido um povo com a sua história, pronto para virar a página com astúcia e alegria, enfeitiçados pelos brilhantes temas e encantados por longos tempos. "Búzios", outro tema que nos identifica tanto! Uma letra que parece que fala das gentes, de nós mesmos! Assim era a energia entre plateia/palco. Todos fomos um só por eternos momentos de chorar por mais!

O poder do acústico nas guitarras portuguesas é ali amplificado e sentido de maneira desigual e marcam os momentos entre atuações, numa viagem que nos leva não só para a região alentejana, como para o fado de Coimbra ou para a alegria minhota – celebra-se a nossa musicalidade, celebra-se Portugal!

Alguns singles como "Dia de Folga", animaram a ambiência e deram a certeza de que o seu público é também de jovens e que abarca novas gerações. Com a sua voz celestial, ninguém ficou indiferente e todos voltaram as suas atenções para a grande Moura Encantada que levava corajosamente todos à sua frente, rendidos!

Com o aproximar do final da noite e as palmas sempre em crescendo, num palco de fundo azul celestial, canta-se ao desafio com toda a segurança em palco. Estava terminada uma noite cheia de magia e momentos ímpares que certamente mexeram com o ADN universalista, em viagens intensas e grandes por histórias de amor, lendas, passado, mas também o futuro risonho e enérgico. Fim da noite e o público queria mais, sempre mais! Saímos da MEO Arena preenchidos e os sorrisos nos rostos eram visíveis. Estamos ansiosos pelo seu regresso!

Fotos: Carlos Valadas
Texto: Rita Costa