The Tallest Man On Earth ao vivo na Aula Magna [fotos + texto]


The Tallest Man On Earth ao vivo na Aula Magna [fotos + texto]

Enérgico e palpitante, The Tallest Man On Earth marcou uma atuação incrível na capital.

A Aula Magna preparou-se para receber esta noite The Tallest Man on Earth que apresentou o seu novo disco Dark Bird is Home, o 4º álbum do cantor e compositor de nacionalidade sueca e 32 anos enérgicos de musicalidade única.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157663688462949" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="18" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

Mas antes do incrível Kristian Matsson (The Tallest Man on Earth) ter pisado o palco, The Tarantula Waltz abriu a noite numa primeira parte intimista, dedicada e romântica, acompanhado pela sua guitarra. Os temas do seu repertório foram todos doseados de grande emoção e introspeção, fazendo a todos refletir sobre a saudade e a valorização da vida.

O público na sua maioria jovem ia compondo as cadeiras e ia fazendo algum murmúrio pela ansiedade do tão aguardado momento. Às 21H45 em ponto, ouve-se uma música introdutória, seguindo-se de uma corrida enérgica do vocalista, que abre a noite com o tema "Wind and Walls". No seu jeito muito próprio de dançar e parecendo mesmo um bailarino, ia ocupando o espaço do palco com o seu oscilar em bicos de pés ritmado. Estes movimentos incitam o público a participar cada vez mais e geram uma química indiscritível que só os grandes intérpretes de música ao vivo conseguem decifrar e passar para a realidade. O adjetivo indiscritível foi aliás a cereja no topo do bolo para descrever tal apresentação ímpar. "We are finally here!" – Expressa assim a sua gratidão por estar finalmente em Portugal e, deixando escapar um agradecimento em português, revela o seu agrado pelo país. Kristian não só esteve sempre muito bem acompanhado como por si só fez toda a magia acontecer, acompanhado por mais quatro músicos que acompanhariam na componente instrumental e serviriam de back vocals. Em músicas como "Love is All", "I Won’t Be Found" e "The Gardener", constatou-se três solos de pura entrega, que terminaram com o vocalista sentado no chão a tocar numa calma inusitada e eletrizante, em gestos que eram suaves mas que estavam carregados de entrega em corpo e alma.

No intercalar das canções, alguns fãs iam lançando palavras soltas, como que de mensagens subtis se tratassem e que suscitavam a escuta atenta de Kristian que por vezes ia pedindo a tradução. Um acanhado "Can you give me a hug?" é emitido por uma voz feminina da plateia! Vigilante, "The Tallest Man On Earth" faz jus ao seu alter ego, respondendo de forma fugaz: "of course!". Aceleradamente movimenta-se então para ir ao encontro de uma fã tímida que chamou por ele mas ao ter o seu ídolo à sua frente, fica sem reação e suspira de comoção. Ninguém esperava esta reação e tampouco imaginara este ato de carinho e generosidade. Ouvem-se canções únicas como "Seventeen" e "King Of Spain" deixando o movimento propagado pela Aula Magna que aprendera ali uma grande lição de arte musical! Sempre interativo, brinca com o público, fazendo uma posição corporal diferente a cada bater de palmas.

Multifacetado, dá uma aula única com piano e voz no tema "Little Nowhere Towns". O espetáculo encaminha-se para o final e a plateia memorável despede-se do herói da noite toda em pé, chamando para que voltasse com o encore da noite. Numa corrida em sobressalto, entrou pela porta lateral da sala, atravessando o público até ao palco. Com os temas "Dark Bird is Home" e "Dreamer" finda a atuação, contando com a ajuda da sua banda que fez os coros, tornando este momento singular com uma parte acapella muito harmoniosa.

Estava assim terminada a noite, num registo que acredito será inesquecível por todos os presentes e que deixaram a todos alegrados e com perspetivas de um futuro vindouro regresso aos palcos portugueses.

Fotos: Carlos Valadas
Texto: Rita Costa