The Gift no Coliseu de Lisboa: Um Altar de música que já é Vintage


The Gift no Coliseu de Lisboa: Um Altar de música que já é Vintage

Após a prestação na Invicta, os The Gift apresentaram o mais recente álbum no Coliseu dos Recreios. Altar foi produzido por Brian Eno e recebido de braços abertos pelo público lisboeta na noite que passou.

Pelas nove e meia, hora agendada para o início de mais uma grande noite no coliseu da capital portuguesa, entrou em palco uma figura que relembrava a da conhecida Sia. No entanto tratava-se de Ian, violinista russa, nascida em Moscovo mas residente no Porto. Acompanhada de voz, violino e backing track, a jovem violinista encantou a capital com a estreia do seu projeto a solo que une elementos de música clássica ao trip-hop e à eletrónica.

Após a breve apresentação de IAN surgiu em palco uma contagem decrescente que abriu ainda mais o apetite aos lisboetas. Foi após um apanhado de citações de filmes que incluíssem "the gift" nas falas, e perante um colorido cenário, que os reis da pop portuguesa, Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, John Gonçalves e Miguel Ribeiro entraram em palco.

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O Coliseu não estava cheio, mas os corajosos que enfrentaram a chuva estavam cheios de energia e fizeram-se ouvir. O concerto começou com os temas mais recentes, mas apesar do sucesso do último longa-duração, a noite passada contou também com temas representativos da longa carreira do grupo. "Song For A Blue Heart", "Doctor", "11:33" e "Music" são algumas das canções que fizeram parte da viagem pelos sucessos dos The Gift e os que a audiência mais cantou.

Já contam com 23 anos de história, mas foi em abril do ano que passou que a banda lançou a mais recente criação, produzida pelo icónico Brian Eno, também produtor de artistas como Coldplay, Talking Heads ou ainda U2. Altar é o título do álbum que conta com temas como "Big Fish", "Love Without Violins" e "You Will Be Queen" e que os portugueses apresentaram nos Coliseus nacionais.

O quarteto não é certamente estreante nos grandes palcos e toda a experiência que adquiriram ao longo de 23 anos de carreira fez-se notar no Coliseu de Lisboa: um espetáculo de luz e vídeo impecável, o vozeirão e postura fantásticos de Sónia Tavares, as danças dos restantes membros e os infalíveis instrumentais deixaram evidente o porquê de o público português continuar a pedir mais dos The Gift. E uma boa prenda é mesmo o que recebem, sempre.

Após dois brilhantes espetáculos em solo nacional, o quarteto de Alcobaça segue para o Luxemburgo e para a Holanda onde darão continuidade à digressão internacional que teve início em Londres, como não poderia deixar de ser.

Fotos: Rui Jorge Oliveira
Texto: Maria Roldão