Raquel Tavares no Porto: "De Coliseu a Casa de Fados" [fotos + texto]


Raquel Tavares no Porto: "De Coliseu a Casa de Fados" [fotos + texto]

Uma noite de emoção que transformou o coliseu numa casa de fados.

"Este é o culminar do último grande sonho da minha vida" – Raquel Tavares esteve ontem no Coliseu do Porto para o segundo e último concerto que marcou a sua estreia a solo nos coliseus. A fadista mostrou-se emocionada e grata pela presença de todos aqueles que preencheram a sala nortenha e revelou que quase desistiu do sonho de cantar nos coliseus.

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Foi com o tema de Caetano Veloso "Coração Vagabundo" que Raquel Tavares subiu ao palco do coliseu portuense pela primeira vez. Antes, imagens da noite em que venceu a Grande Noite do Fado em 1997, com apenas 12 anos. Seguiram-se os fados "Eu Já Não Sei" e "Para o destino".

"Tem sido difícil expressar a gratidão e alegria que tenho sentido nestes últimos meses" – O concerto seguiu com o tema de Tiago Bettencourt "Gostar de Quem Gosta de Nós" e com a mensagem de que não devemos perder oportunidade de dizer que amamos.

Entre fados mais tradicionais e fados mais contemporâneos, a fadista conquistou o público nortenho e afirmou que não se é menos fadista por se cantar fados mais musicais. Seguiu-se o tema de Miguel Araújo "Tradição" e o fado "Limão ó Verde Limão".

"Meu Amor Quase Perfeito" antecedeu o momento em que se puderam ver imagens de uma conversa entre Raquel Tavares e Beatriz da Conceição. No vídeo, revelava-se a cumplicidade entre as duas fadistas e a admiração que Raquel sente pela sua maior referência no fado. "Meu Corpo", tema de Beatriz da Conceição, foi interpretado pela fadista com emoção e saudade.

A fadista saiu do palco por minutos e deixou que os músicos que a acompanhavam embalassem o coliseu no som das suas cordas. Em palco, Guitarra Portuguesa, Viola de Fado, Baixo e uma bateria que se fez soar apenas em algumas canções.

"Este não é um disco de fado tradicional, é um disco de canções cantadas por uma fadista" – Mas o momento que se seguiu foi do mais tradicional que o fado tem. Com um xaile de Beatriz da Conceição, interpretou fados como "Senhora do Livramento" e "Minha Alma de Amor Sedenta". Aqui puderam ouvir-se os habituais "Ah fadista!" que transformaram o coliseu numa casa de fados.

Nos fados que se seguiram, a plateia cantou e falou com a fadista como se de uma conversa entre amigos se tratasse. "É por isto que eu adoro o Porto, vocês são maravilhosos" – Foi a reação de Raquel Tavares ao carinho demonstrado pelo público que a assistiu.

"Fui ao Baile" foi um dos temas mais aplaudidos da noite, quase tanto como o bem familiar "Meu amor de Longe" que teve direito a aplausos em pé.

Já na reta final, Raquel Tavares interpretou "Rapaz da Camisola Verde" e, após abandonar o palco, reapareceu no centro do coliseu com as guitarras que a acompanham. Depois de abraçar muitos dos que lá estavam, entre eles o Primeiro-Ministro António Costa, a fadista anunciou que iria cantar como aprendeu nas casas de fado: sem microfone.

Foi este o momento de maior emoção da noite. Raquel Tavares cantou "Coração Independente", um fado de Amália Rodrigues que se ouviu como se o coliseu se tratasse de uma casa de fados.

"Vocês fizeram parte deste sonho! Gratidão é a palavra que me ocorre. Até sempre!" – A fadista voltou ao palco novamente com "Amor de Longe" e fechou aquele que foi o seu concerto de estreia no Coliseu do Porto.

Fotos: António Teixeira
Texto: Daniela Fonseca