NOS Primavera Sound: dia 1 (4/06), com Interpol e Mac DeMarco


NOS Primavera Sound: dia 1 (4/06), com Interpol e Mac DeMarco

As coroas de flores, os copos de vinho e as mantas axadrezadas voltaram ao Parque da Cidade, no Porto, para a quarta edição do Primavera Sound que arrancou no primeiro dia com as atuações de Interpol, Patt Smith e Mac DeMarco.

Com um tempo mais primaveril do que nas últimas edições o NOS Primavera Sound arrancou para a equipa da Noite e Musica com Mikal Cronin no palco Super Bock num entardecer que se revelou cinzento para os lados do Parque da Cidade. Temas como "Weight", "Change", "Turn Around" ou "Made My Mind Up" fizeram parte do alinhamento do americano, que conseguiu entreter o público que aguardava por Mac deMarco que haveria de subir ao palco principal logo de seguida.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157653980152389" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="5" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

Às 20h o primeiro dilema desta edição, Mac DeMarco no palco principal ou Patti Smith em versão acústica no palco Pitchfork onde centenas de cadeiras estavam alinhadas. Optamos pelo canadiano que horas antes tinha dado uma sessão de autógrafos no próprio recinto do festival, e que a julgar pelas filas da frente tem já uma composta legião de fãs por cá. O autor de Salad Days trouxe para o Parque da Cidade as suas canções adocicadas, onde além de temas como "Blue Boy", "Brother", e "Saturdays" houve tempo para cantar os parabéns a um amigo, abrir uma garrafa de champanhe e para alguns momentos de humor que já são imagens de marca do canadiano que se apresentou em palco de macacão a fazer jus à fama de "enfant terrible".

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157654380539422" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="7" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

Logo de seguida foi FKA Twigs que se estreou em Portugal ao subir ao palco Super Bock, e a julgar pela moldura humana que a esperava era um dos nomes mais aguardados da primeira noite.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157654380634282" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="6" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

A sua música nem sempre é fácil, ainda para mais num contexto de festival, no entanto a britânica trouxe ao Porto um espetáculo hipnotizante, diferente do que se costuma ver por estas paragens. A autora de LP1, álbum de 2014, fez-se acompanhar por três músicos, que se foram entregando a percussão e guitarras entre a sua dança sensual quase comparável a uma "odalisca", Tahliah Debrett Barnett não esqueceu "Papi Pacify" e "Two Weeks", ou a nova "Glass and Patron" – a incluir no próximo EP (a sair ainda este ano), durante uma hora de concerto.

A lembrar o carácter eclético do NOS Primavera Sound, foram os Interpol (na foto de artigo) a subir ao palco NOS logo a seguir a FKA Twigs. Longe de serem uma estreia, e já conhecidos do público nacional, os Interpol continuam a arrastar alguma massa humana nos seus concertos, e a banda de Paul Banks conseguiu uma das maiores molduras humanas da primeira noite.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157654331625716" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="7" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

Apesar do horário nobre a que subiram ao palco os Interpol não foram cabeças de cartaz capazes de entusiasmar um público que parecia distante. Embora tenham um álbum novo, El Pintor, foi nos dois primeiros trabalhos da banda, Turn on the Bright Lights e Antics, que o alinhamento se centrou e onde a banda foi mais aplaudida. Temas como "Evil", "PDA" ou "Slowhands" trouxeram ao parque da cidade um sentimento de revivalismo de um tempo não muito longínquo do início da época de 00's.

A voz de Paul Banks deslizou em alguns momentos mas nada que tenha arruinado o concerto em formato best of dos americanos. "Untitled" e "Stella was a diver and she was always down" espalharam sorrisos pelo público das primeiras filas. A terminar, a mais recente "All The Rage Back Home" que foi bem recebida por todos aqueles que aguentaram até ao final do concerto.

No final de Interpol e porque no dia a seguir se tratava de um dia de trabalho, muitos foram os que se dirigiram para a saída do recinto. Ainda assim os The Juan MacLean conseguiram transformar a frente do palco Super Bock numa grande pista de dança, onde a eletrónica se misturou com a guitarra de MacLean e a voz de Nancy Whang. Foram no final de contas o aquecimento perfeito para os Caribou que se seguiram.

[alpine-phototile-for-flickr src="set" uid="60380835@N08" sid="72157654331675546" imgl="fancybox" style="floor" row="5" size="640" num="7" highlight="1" curve="1" align="center" max="100" nocredit="1"]

Já a noite ia alta no Parque da Cidade quando os Caribou subiram ao palco NOS para continuar a por o público em festa na encosta verdejante. "Odessa", "Our Love", ou "Silver" puseram os mais resistentes a dançar noite dentro.

Fotos: Gustavo Machado/Oporto Agency
Texto: Ana Isabel Soares