Noites Ritual: a reportagem do festival portuense


Noites Ritual: a reportagem do festival portuense

A dar música desde 1992, as Noites Ritual trouxeram ao Palácio de Cristal, no Porto, Blind Zero e David Fonseca, naquela que foi a sua 22ª edição.

Diretamente da Maia para o pavilhão Rosa Mota, "No Rest for The Vicious" catapultou os ouvintes para a quarta dimensão da música, o garage rock. The Crawlers estrearam o palco das Noites Ritual que, ao contrário do estipulado, deixou os emblemáticos jardins entregues à chuva e passou para o interior do pavilhão.

Arrancaram com "Round Square" e tocaram "Take It The Next Level", músicas saídas do primeiro EP da banda, intercalando  com os êxitos do álbum de estreia. "Ammo:Full", "C.R.A.W.L.E.R.S" e a homónima do seu disco "No Rest For The Vicious" não faltaram, bem como o primeiro single, "Holes In Between Us".

Apesar do mau tempo que se abateu na cidade do Porto, a primeira noite deste ritual musical não ficou aquém das expectativas e teve sala cheia.

A celebrarem duas décadas de carreira, os Blind Zero, banda nascida numa altura em que Portugal iniciava o consumo de música de origem estrangeira, celebrou o seu aniversário da melhor forma na cidade que os viu nascer.

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Numa retrospeção da vida da banda, Miguel Guedes, Vasco Espinheira, Nuxo Espinheira. Pedro Guedes, Miguel Ferreira e Bruno Macedo trouxeram a palco músicas de todos os seus discos e EPs. Exemplo disso são as músicas "I See Desire" do álbum Kill Drama, "Recognize", do primeiro EP do grupo de música rock, "Tree" de Redcoast, "Slow Time Love" de Luna Park e "Daily Matters" do álbum de 2000, One Silent Accident.

E se a banda cantou euforicamente para o público portuense, o público portuense encantou os Blind Zero ao entoar a canção de parabéns, já no final do concerto, onde nem o bolo faltou. Com uma tela de fundo, onde durante toda a noite passaram imagens de acompanhamento às canções, depois de revividos os momentos musicais da banda, foram reavivados os momentos que marcaram a sua caminhada ao longo destes últimos 20 anos, com a projeção de fotografias.

A segunda noite deste festival dedicado à música portuguesa iniciou-se com O Incrível Homem-Bomba, banda que tal como a primeira, foi escolhida na segunda edição do concurso "Noites Emergentes".

De portuenses para portuenses, o grupo tocou os seus êxitos de rock blues e trouxe a palco alguns convidados. "Mito" e "Esquimó" foram as primeiras da noite, seguindo-se "Homofiguração". E porque por trás de um incrível homem, há sempre uma incrível voz de mulher, Ana Alvarez surgiu em cena para acompanhar o grupo em "Olá e Boa Noite". Elísio Donas trouxe o "Gato Mitch" e para terminar, a banda fez uma ode à "Rainha Macabra".

Lado a lado com o planeta Terra, David Fonseca aterrou no palco do Pavilhão Rosa Mota, onde perto de 5 mil pessoas, quase lotação esgotada, o aguardavam. Numa antítese bem demarcada, o artista começou com a música "I need to Stop for a Minute", mas parar foi coisa que não fez. Segui-se "Armageddon" e "It´s Just a Dream".

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Sete anos depois de ter estado nas Noites Ritual, o cantor voltou com a "Seasons Tour", à cidade que diz se divertir como mais nenhuma sabe. Trouxe os seus maiores sucessos de sempre, incluindo os êxitos de quando integrava o projeto Silence 4, tal como a popular e entoada a plenos pulmões pelos presentes, "Someone That Cannot Love".

Numa noite pintada em vários cores néon e num pavilhão visivelmente animado, "A Cry For Love" encheu o público de satisfação e Elton John foi, ainda, recordado numa versão totalmente transformada de "Rocket Man".

David Fonseca saltou, dançou, correu em palco, chegando ao extremo do mesmo para estar mais próximo do público, tornando único o encerramento das Noites Ritual.

Fotos: António Teixeira
Texto: Magda Santos