Maxïmo Park @ TMN ao Vivo


Foi numa noite típica de Outuno, um pouco chuvosa, que os Maxïmo Park voltaram a Portugal cinco anos depois da última visita no festival Super Bock Super Rock. A banda de Newcastle veio iniciar a sua tour europeia de apresentação, do seu quarto álbum de originais, "The National Health".

A primeira parte ficou a cargo dos portugueses Lissabon, que são nem mais que metade dos extintos You Should Go Ahead (Pedro Lourenço e Inês Vicente) e que, em conjunto com Soraia Limão e José Garcêz, formam uma banda com sonoridades muito próxima dos referidos YSGA. Misturando synth pop dancável muito 80’s com os registos indie de bandas mais recentes. Estando agora a lançar o seu primeiro álbum "If it’s Only Just a Dream" conseguiram proporcionar aos poucos presentes um suave aquecimento para os cabeças de cartaz da noite.

Já passava das 22 horas quando os Maxïmo Park entraram em palco perante uma plateia que não passaria de um terço da lotação da casa. Perante um público bastante heterogéneo (não esquecendo os habitués daquela casa – muitos músicos nacionais), a banda começou a aquecer lentamente com a "música-intro" do último álbum "When I Was Wild", logo seguida de "Girls Who Play Guitars" (talvez o seu maior hit do melhor álbum da banda – "Our Earthly Pleasures" de 2007).

Com "Until the World Would Open" e "Hips and Lips" (com o peso da secção rítmica e teclas logo no início da canção) começou a transparecer a teatralidade e expressividade do vocalista Paul Smith que, sem parar, contagiou todo o público que raramente parou até ao final do concerto.

De regresso aos primeiros hits, com "Graffiti" (com novo arranjo), a banda transporta-nos de volta para 2005 e para o seu primeiro (e talvez o mais vendido no Reino Unido) álbum da carreira. De seguida, a proximidade do mar inspira Paul Smith para "The Coast is Always Changing" e "Waves of Fear" (a música que fecha o último álbum).

Também "Quicken the Heart" (o terceiro álbum da banda, de 2009) é rebuscado com "The Kids are Sick Again" cantada de megafone em punho, seguida de "Limassol", já entoada a plenos pulmões.

A seguir a de "The Undercurrents", a canção seguinte foi anunciada em português por um membro feminino da audiência Escreve Isto (ou "Write This Down" no original) que nos leva a "Take Me Home" e "Questing, Not Coasting" ("..a canção de amor que ainda não o é, mas pode vir a ser…").

Depois mais algumas passagens por álbuns anteriores com "Now I’m All Over the Shop" e "Going Missing" intercalada pela romantic "This Is What Becomes Of The Brokenhearted". "By the Monument" e "Books from Boxes" abrem para o "final" com "Apply Some Pressure" (o hit esperado por muitos).

Depois de uma saída rápida, ficaram guardadas para o encore o B-Side "Pride Before a Fall" (segundo a banda, uma estreia ao vivo embora a música fosse de 2004), "I Want to Stay" e "Our Velocity", a terminar em velocidade máxima.

Terminava assim um bom concerto, com um público animado e com uma banda que talvez tenha atingido o seu auge logo no início e agora tenha consciência que toca, não para ser grande, mas apenas para se divertir e divertir o público.

Fotos: Mariana Paramês
Texto: Miguel Lopes