Cristina Branco ao vivo na Casa da Música: Um concerto contado em histórias [fotos + texto]


Cristina Branco ao vivo na Casa da Música: Um concerto contado em histórias [fotos + texto]

Cristina Branco subiu ontem ao palco da Casa da Música, num concerto onde se falou de "gentes", da vida, da amizade e do presente. Temas presentes nas histórias contadas em Branco, o novo álbum da cantora.

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O som da marcha coordenada dos três músicos em palco marcou o início do concerto e abriu portas para que Cristina Branco entrasse no palco da sala Suggia, com "Perto". Com um foco de luz a iluminar a estatueta ribatejana, a noite de quarta-feira seria dedicada à apresentação de Branco, um álbum todo ele feminista e dono de si mesmo, que engloba diferentes gerações, dos 20 aos 70 anos, com nomes como Sérgio Godinho, Luís Severo e Jorge Cruz.

Com um piano, um contrabaixo, uma guitarra portuguesa e uma voz meiga e de personalidade bem vincada (também ela a mostrar raízes do fado), desde cedo que a plateia se deixou mergulhar em letras sobre a "realidade de pessoas diferentes", sobre a vida, o amor, a amizade e também, sobre a música. Seguiu-se "Às Vezes Dou Por Mim" e "Este Corpo".

Num ambiente intimista e quente, entre minutos de conversa e temas como "Minha Sorte" e "Quando Julgas Que Me Amas", este último escrito por António Lobo Antunes e Mário Laginha, aproximaram a plateia da "menina" em palco.

Este novo álbum é o resultado do trabalho em conjunto com os três músicos que têm feito "a estrada" com a cantora, Luís Figueiredo (no piano), Bernardo Couto (na guitarra portuguesa) e Bernardo Moreiro (no contrabaixo), e que deles surgiu uma amizade, Cristina mostrou que "a música é muito além da música, é sentimento", ao cantar "Não Há Ponte Sem Nós", tema que pertence ao álbum anterior, Menina. Dele ainda se fizeram ouvir "Boatos" e "Alvorada".

Sobre uma "história de vida" e surpresas do amor, "Aula De Natação" contou a quem lá estava as cambalhotas e piruetas que por vezes nos vemos a dar quando a vida nos surpreende. "A verdade é que a maior parte das músicas do nosso cancioneiro falam do amor nas suas múltiplas formas, desde a paixão acesa à raiva e ao ciúme", comentou a cantora. Seguiu-se "Bomba Relógio", tema escrito por Sérgio Godinho.

"É um prazer enorme voltar a esta sala, uma honra imensa estar com vocês outra vez aqui", agradeceu Cristina várias vezes ao longo da noite num sorriso caloroso e terno. "Gosto muito daquilo que faço há muito tempo e continua a ser sempre igual. Por isso é que ainda aqui estou. A importância de vocês é imensa, sem vocês nada faria sentido".

Embora quase a terminar, a noite de ontem serviu também para celebrar o presente, "o hoje porque o amanhã é vago", começando assim a mote de despedida ao cantar "Saber Aqui Estar2, tema escrito por Pedro Silva Martins. Num tom de felicidade sobreposto na voz, a noite termina com "Noite, Onde Vais Cheia de Pressa", de Mário Laraginha, e "7 Pedaços De Vento".

Fotos: Júlia Oliveira
Texto: Rita Pereira